Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio
Nem é preciso que saiba cantar
É o refrão duma canção bela e sobejamente conhecida e celebrizada.
E, e certa altura, diz-se:
Tu, que tens dez réis de Esperança e de Amor,
grita bem alto que queres viver.
compra pão e vinho, mas rouba uma flor,
tudo o que é belo, não é de vender.
Não (se) vendem ondas do mar
nem brisa ou estrelas, sol ou lua-cheia
Não (se) vendem moças de amar
nem certas janelas, ou dunas de areia.
e, de facto, assim é...
o belo não se compra nem se vende...
simplesmente porque não tem preço.
por isso é de graça. é dom. é dom de Deus.
quem poderia comprar o sorriso duma mãe para o seu filho?
um intenso nascer do sol?
a chuva e escorrer na vidraça?
o calor duma lareira acesa?
a amizade sincera?
as lágrimas que nos correm pelas faces?
o pôr do sol?
ou a força do mar?
a frescura duma manhã de Março ou de Abril?
umas cerejas maduras e frescas?
ou a flor das amendoeiras?
...
"...nem estrelas...nem moças de amar...nem certas janelas..."
Caro Padre Jorge,
ResponderEliminarObrigado!
Um texto super!
Imagens hiper!
abs
Esta postagem do Padre Jorge, fotos e poema, trouxe-me à memória o Manifesto da Terra-Mãe, uma carta do Índio Chefe Seattle, dirigida ao Presidente dos Estados Unidos, perante a oferta de compra das terras que a tribo ocupava.
ResponderEliminarO mesmo foi divulgado pela UNESCO em 1976, quando das comemorações do Dia
Mundial do Ambiente.
Eis parte da carta:
"Como podeis comprar ou vender o céu, o calor da terra? A ideia não tem sentido
para nós.
Se não somos donos da frescura do ar ou o brilho das águas, como podeis querer
comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha
de pinheiro, cada grão de areia nas praias, a neblina nos bosques sombrios, cada
monte e até o zumbido do insecto, tudo é sagrado na memória e no passado do meu
povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do
homem vermelho.
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...............................................
Isto não é fácil, já que esta terra é sagrada para nós.
A límpida água que corre nos ribeiros e nos rios não é apenas água, mas o sangue
de nossos antepassados.
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O murmúrio das águas é a voz do pai do meu
pai.
Os rios são nossos irmãos, e saciam a nossa sede. Levam as nossas canoas e
alimentam os nossos filhos.
..........................................
Se nos decidirmos a aceitá-la, eu porei uma condição: O homem branco terá que
tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
......................................
Deveis ensinar a vossos filhos que o solo que pisam são as cinzas de nossos avós.
Para que eles respeitem a terra, ensina-lhes que ela é rica pela vida dos
seres de todas as espécies. Ensinai aos vossos filhos o que nós ensinamos aos
nossos:
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O homem não tece a teia da vida: é antes um dos seus fios. O que quer que faça a
essa teia, faz a si próprio.
Nem mesmo o homem branco, cujo Deus passeia e fala com ele como um amigo, não
pode fugir a esse destino comum. Por fim talvez, e apesar de tudo, sejamos
irmãos.
Uma coisa sabemos, e que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: o nosso
Deus é o mesmo Deus.
Hoje pensais que Ele é só vosso, tal como desejais possuir a terra, mas não
podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco,
quanto para o homem vermelho.
Esta terra tem um valor inestimável para Ele, e ofender a terra é insultar o seu
Criador. Também os brancos acabarão um dia talvez mais cedo do que todas as
outras tribos. Contaminai os vossos rios e uma noite morrerão afogados nos
vossos resíduos.
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Este destino é um mistério para nós, pois não
compreendemos como será no dia em que o último bisonte for dizimado, os cavalos
selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor
do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios
falantes. Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu.
Termina a vida começa a sobrevivência."
O texto é extenso.
Mas vale a pena meditar sobre ele. Talvez consigamos entender "onde acaba a vida e começa a sobrevivência."
Esta postagem fez-me reflectir…
ResponderEliminarDe facto, “tudo o que é belo não é de vender…”
Precisamos de encontrar a simplicidade na amplitude, de vastos campos a perder de vista… Precisamos perceber o silêncio das coisas… e o valor que as mesmas condensam.
Caminhamos a alta velocidade, hipotecamos a nossa vontade e o nosso futuro. E nem sempre nos apercebemos que, não somos nós quem comanda.
Ao olhar para estas imagens verifico que temos tudo à “mão de semear”, tudo oferecido gratuitamente pelo Pai criador. Contudo, insistimos em procurar a beleza em florestas de betão.
Obrigada por nos proporcionar com a sua postagem momentos simples e únicos.
Caro Jorge,
ResponderEliminarGostei deste post
Tudo isto nos è dado de graça pelo Criador. Pena que ainda haja quem pense que o dinheiro tudo pode comprar.
Abraco
Jose cancelinha