quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"Tudo o que é belo não é de vender..."



Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio
Nem é preciso que saiba cantar



                                          É o refrão duma canção bela e sobejamente conhecida e celebrizada.
E, e certa altura, diz-se:

                              Tu, que tens dez réis de Esperança e de Amor,
                              grita bem alto que queres viver.
                              compra pão e vinho, mas rouba uma flor,
                              tudo o que é belo, não é de vender.

                             Não (se) vendem ondas do mar
                             nem brisa ou estrelas, sol ou lua-cheia
                             Não (se) vendem moças de amar
                             nem certas janelas, ou dunas de areia.


                             

e, de facto, assim é...
o belo não se compra nem se vende...
simplesmente porque não tem preço.
por isso é de graça. é dom. é dom de Deus.





 
quem poderia comprar o sorriso duma mãe para o seu filho?
um  intenso nascer do sol?
a chuva e escorrer na vidraça?
o calor duma lareira acesa?
a amizade sincera?
as lágrimas que nos correm pelas faces?
o pôr do sol?
 ou a força do mar?
a frescura duma manhã de Março ou de Abril?
umas cerejas maduras e frescas?
ou a flor das amendoeiras?
...


"...nem estrelas...nem moças de amar...nem certas janelas..."










 

                              

4 comentários:

  1. Caro Padre Jorge,
    Obrigado!
    Um texto super!
    Imagens hiper!
    abs

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  2. Esta postagem do Padre Jorge, fotos e poema, trouxe-me à memória o Manifesto da Terra-Mãe, uma carta do Índio Chefe Seattle, dirigida ao Presidente dos Estados Unidos, perante a oferta de compra das terras que a tribo ocupava.



    O mesmo foi divulgado pela UNESCO em 1976, quando das comemorações do Dia
    Mundial do Ambiente.


    Eis parte da carta:

    "Como podeis comprar ou vender o céu, o calor da terra? A ideia não tem sentido
    para nós.
    Se não somos donos da frescura do ar ou o brilho das águas, como podeis querer
    comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha
    de pinheiro, cada grão de areia nas praias, a neblina nos bosques sombrios, cada
    monte e até o zumbido do insecto, tudo é sagrado na memória e no passado do meu
    povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do
    homem vermelho.
    .......................................
    ...............................................
    Isto não é fácil, já que esta terra é sagrada para nós.
    A límpida água que corre nos ribeiros e nos rios não é apenas água, mas o sangue
    de nossos antepassados.
    ............................................
    O murmúrio das águas é a voz do pai do meu
    pai.
    Os rios são nossos irmãos, e saciam a nossa sede. Levam as nossas canoas e
    alimentam os nossos filhos.
    ..........................................
    Se nos decidirmos a aceitá-la, eu porei uma condição: O homem branco terá que
    tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
    ......................................
    Deveis ensinar a vossos filhos que o solo que pisam são as cinzas de nossos avós.
    Para que eles respeitem a terra, ensina-lhes que ela é rica pela vida dos
    seres de todas as espécies. Ensinai aos vossos filhos o que nós ensinamos aos
    nossos:
    ................................................
    O homem não tece a teia da vida: é antes um dos seus fios. O que quer que faça a
    essa teia, faz a si próprio.
    Nem mesmo o homem branco, cujo Deus passeia e fala com ele como um amigo, não
    pode fugir a esse destino comum. Por fim talvez, e apesar de tudo, sejamos
    irmãos.
    Uma coisa sabemos, e que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: o nosso
    Deus é o mesmo Deus.
    Hoje pensais que Ele é só vosso, tal como desejais possuir a terra, mas não
    podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco,
    quanto para o homem vermelho.
    Esta terra tem um valor inestimável para Ele, e ofender a terra é insultar o seu
    Criador. Também os brancos acabarão um dia talvez mais cedo do que todas as
    outras tribos. Contaminai os vossos rios e uma noite morrerão afogados nos
    vossos resíduos.
    ................................................
    Este destino é um mistério para nós, pois não
    compreendemos como será no dia em que o último bisonte for dizimado, os cavalos
    selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor
    do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios
    falantes. Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu.
    Termina a vida começa a sobrevivência."

    O texto é extenso.
    Mas vale a pena meditar sobre ele. Talvez consigamos entender "onde acaba a vida e começa a sobrevivência."

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  3. Esta postagem fez-me reflectir…
    De facto, “tudo o que é belo não é de vender…”
    Precisamos de encontrar a simplicidade na amplitude, de vastos campos a perder de vista… Precisamos perceber o silêncio das coisas… e o valor que as mesmas condensam.
    Caminhamos a alta velocidade, hipotecamos a nossa vontade e o nosso futuro. E nem sempre nos apercebemos que, não somos nós quem comanda.
    Ao olhar para estas imagens verifico que temos tudo à “mão de semear”, tudo oferecido gratuitamente pelo Pai criador. Contudo, insistimos em procurar a beleza em florestas de betão.
    Obrigada por nos proporcionar com a sua postagem momentos simples e únicos.

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  4. Caro Jorge,
    Gostei deste post
    Tudo isto nos è dado de graça pelo Criador. Pena que ainda haja quem pense que o dinheiro tudo pode comprar.
    Abraco
    Jose cancelinha

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