sexta-feira, 10 de setembro de 2010

vistas...

o Douro visto do alto...
o rio não se vê. nem faz falta...
vê-se a majestade dos montes sempre quietos e soberanos...
a luz e as sombras duma terra rica e cheia de misérias...
mas assombrosa de beleza...
e a azinheira a tombar-se. a inclinar-se. a debruçar-se para espreitar...
mas não cai...


1 comentário:

  1. Esta imagem do Douro, linda como são todas elas, trouxe-me à memória um poema de António Cabral, meu professor e amigo.


    Nem Baco nem meio Baco
    Aqui é o homem,
    desde as mãos ossudas e calosas,
    desde o suor
    ao sonho que transpõe as nebulosas.

    Montes de pedra dura,
    gólgotas
    onde os geios são escadas!
    Venham ver como sobe o desespero
    e a esperança, de mãos dadas.

    É o homem.
    Isso é o homem.
    -Nem sátiro nem fauno-
    Uma vontade erguida em rubro gládio
    Que ganha a terra, palmo a palmo.

    ..........................................

    Nem Baco nem meio Baco!
    Aqui é o homem
    que nada há que não suporte
    mas suporta e persiste.
    Aqui é o homem até à morte.

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