mais uma vez uma porta
simples e bela.
em Vilartão.
a beleza permanente da simplicidade
e, mais uma vez também, a chave na porta, esquecida...
ou a nossa franqueza trasmontana...
como sempre!
lembrou-me de colocar também e a propósito uns versos do poeta António Sardinha
cantados pelo Frei Hermano da Câmara:
Versos do trinco da porta,
- Louvado seja o Senhor!
A casa é Deus quem a guarda,
Ninguém a guarda melhor!
Batem os pobres à porta,
- Batem com ar de humildade.
"Eu sei que é pouco irmãozinho!
É pouco, mas de vontade!"
Quem é que a porta abriria,
Com modos de atrevimento?
São coisas da miudagem!
Não foi ninguém, - é o vento!
Mexem no trinco da porta.
- "Levante, faça favor!"
A entrada nunca se nega
Seja a visita quem for!
Não vês a porta batendo?
Que aragem essa que corta!
Em toda a volta do dia,
Não pára o trinco da porta!
Trinco da porta caindo
Sobre a partida de alguém...
Oh, quantos vão e não voltam?!
São os que a morte lá tem!
(António Sardinha. In Quando as Nascentes Despertam)
Caro Padre Jorge,
ResponderEliminarbelas imagens que ilustram, na perfeição, uma das boas qualidades das gentes transmontanas. Belo Poema!
abs