domingo, 14 de novembro de 2010

ao varrer do sol...

    nesta imagem,
ao varrer do sol,
ainda vislumbramos
fragas duras
 e agrestes,
folhas pálidas,
descoradas...
montes altos
e ermos...
e o rio,
o doiro,
lá ao fundo...
adormecido...
como espelho do mundo.

2 comentários:

  1. Uma excelente imagem tendo como fundo o rio Douro!
    Trouxe-me à memória um poema de António Cabral, meu professor e amigo.


    AQUI, O HOMEM


    Nem Baco nem meio Baco!:
    Aqui é o homem,
    desde as mãos ossudas e calosas,
    desde o suor
    ao sonho que transpõe as nebulosas.

    Montes de pedra dura,
    gólgotas
    onde os geios são escadas!
    Venham ver como sobe o desespero
    e a esperança, de mãos dadas.

    É o homem.
    Isso é o homem.
    – Nem sátiro nem fauno –
    Uma vontade erguida em rubro gládio
    que ganha a terra, palmo a palmo.

    Vinhas que são o inferno,
    o único
    em que o fogo é a taça da alegria!
    Venham ver um senhor
    grandioso como o sol ao meio-dia.

    Nem Baco nem meio Baco!:
    Aqui é o homem
    que nada há que não suporte
    mas suporta e persiste.
    Aqui é o homem até à morte.

    António Cabral, Poemas Durienses.

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  2. Caro Padre Jorge,
    bela imagem de um, sempre, belo rio... de oiro!
    abs

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