terça-feira, 22 de outubro de 2013

Exposição de Arte Sacra "testemunhas da fé"



                “os Apóstolos e os Mártires de Cristo que, derramando o seu próprio sangue, deram o supremo testemunho da fé e da caridade, sempre a Igreja acreditou estarem mais ligados connosco em Cristo.”  Concílio Vaticano II, Constiuição Lumen Gentium, nº 50


Os mártires são as primeiras e maiores e testemunhas da fé. Com efeito, na língua grega, a palavra martur, uros (= mártir) designa exactamente aquele ou aquela que testemunha, que dá o seu testemunho. São portanto testemunhas credibilizadas de Cristo, pois confirmaram a sua fé em Cristo ressuscitado com o próprio sangue derramado.

Aqui, porém, as testemunhas da fé são outras. São testemunhas oculares da fé quotidiana e secular do povo de Deus, pois ao longo dos séculos, se tivessem olhos, teriam testemunhado inúmeros gestos e manifestações -mais explícitos ou mais escondidos, mais oficiais ou mais íntimos- de tantos e tantos ministros e fiéis do povo simples de Deus.
Assim, desde a iconografia (imagens de santos com a finalidade da veneração e aclamação em festas, procissões, etc), até aos livros litúrgicos (os missais para a orientação das celebrações dos mistérios da fé), passando pelas alfaias litúrgicas (cálices, custódias, turíbulos), as cruzes processionais que acompanharam, indicando o caminho a tantas gerações de cristãos, tudo nossa fala da fé em Cristo Salvador, vivida, celebrada, professada e rezada ao longo dos séculos.

Neste Ano da Fé, os párocos do Arciprestado da Terra Quente desta Diocese de Vila Real decidiram promover esta exposição de peças de arte cristã, da fé das nossas paróquias (uma peça por cada paróquia), como forma de avivar a consciência de que somos herdeiros e depositários da fé dos nossos antepassados (que, juntamente com ela, nos legaram tão valioso e belo património de que esta mostra é apenas uma amostra bem modesta) e, simultaneamente, seus mais fiéis continuadores na responsabilidade que isso nos atribui para o presente e para o futuro. Além disso, sendo a primeira vez que uma iniciativa deste género ocorre neste arciprestado (e uma das poucas na própria diocese), quer fazer olhar de forma valorativa, cuidar e promover –num diálogo necessário, urgente e permanente da fé com a cultura- a arte das nossas igrejas e capelas, por vezes tão esquecida, descuidada e desvalorizada.

Somos todos convidados, por conseguinte, a fruir desta mostra/exposição, como memória do passado, compromisso no presente e abertura ao futuro, deixando-nos contemplar por estas e tantas outras testemunhas da fé, na vida com mais sentido que procuramos.

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